Biocombustíveis: Serão Seguros?

3 05 2009

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A Crise de Alimentos

Nos dias de hoje, não há dia em que não se fale da crise: “Fábrica têxtil no Norte do país despede 400 empregados”ou “Bolsa de Nova Iorque cai e atinge valores mais baixos da última década” são exemplos das frases mais utilizadas pelos media. Sem dúvida alguma que atravessamos uma profunda crise económica mundial. Mas será esse o único perigo? Não deveríamos estar preocupados com as consequências que, provavelmente, algumas soluções para os problemas actuais poderão provocar?

As reservas de petróleo estão no fim, prestes a ficarem “secas”. Desfecho para este drama? Ou recuamos centenas de anos no avanço tecnológico ou optamos por outras fontes energéticas. É óbvio que, o ganancioso ser humano na sua forma mais pura, não irá prescindir do seu conforto nunca! Voltados então para as diversas fontes energéticas que possuímos, verificamos a existência de uma alternativa que nos seduz por todos os benefícios ambientais e potencial rendimento energético: os biocombustíveis.

Começando a utilizá-los em grande escala, podemos estar perante uma tragédia com resolução impossível: uma crise de alimentos. É esta a provável crise que enfrentaremos depois do petróleo e da crise financeira acabarem. Aliás, a produção de biocombustíveis começa já a fazer-se sentir, prejudicando diversas sociedades, actualmente.

Nos últimos anos, os preços do trigo, milho, arroz e outros alimentos fundamentais para a nossa alimentação diária aumentaram para o dobro ou até mesmo o triplo. É de salientar que grande parte desse aumento ocorreu nestes últimos meses. À escala mundial, deparamo-nos com motins e problemas sociais e políticos devido aos alimentos. Como foi isto tão repentino? Por vezes, parece obra do destino, um destino cruel. Combinando certas tendências morosas e graduais, a política e a tecnologia, assistimos a algo que parece vindo de um pesadelo. Observando as nossas acções, concluímos que não temos feito o que havíamos prometido: diminuição mundial do lançamento de gases do efeito de estufa. Assim, a temperatura continua a aumentar, em média, provocando secas em locais problemáticos. Como tal, os políticos e governos que não cumpriram a sua parte do acordo, têm uma certa responsabilidade pela escassez de alimentos.

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No entanto, uma política ineficaz provoca mais estragos na permissão da ascensão do bioetanol, biodiesel e outros biocombustíveis. A conversão subsidiada de produtos agrícolas em combustível deveria, teoricamente, promover a independência energética e ajudar a limitar o aquecimento global. Mas tal não se verifica. Se os biocombustíveis fomentam e aceleram a desflorestação, então a concentração de dióxido de carbono continuará a aumentar. Todavia, os próprios biocombustíveis consomem CO2 da atmosfera, o que atenua bastante este efeito.

Considerando outro aspecto, o terreno agrícola utilizado para, por exemplo, cereais para biocombustíveis consiste em terreno não disponível para o cultivo de alimentos. Desta forma, os subsídios às fontes energéticas supracitadas são um grande factor na crise de alimentos. Podemos realmente resumir as acções globais desta forma: as pessoas morrem à fome em África para que políticos americanos possam lisonjear eleitores nos diversos estados americanos rurais. É o tal reverso da moeda que tudo na vida tem…

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Infelizmente, não possuímos conhecimentos nem formação pessoal suficientes para sabermos o é fundamental e imprescindível ser executado. No entanto, alimentos baratos, tal como gasolina barata, parecem luxos do passado….


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