BioTransition Na UM

30 04 2009

Numa tentativa de enriquecer o nosso projecto, no passado dia 4 de Abril o grupo deslocou-se à Universidade do Minho, pelo convite do Professor António Vicente. Aqui tivemos oportunidade de conectar de uma forma mais próxima com algumas experiências protagonizadas pelos seus mais diversos colaboradores.

Actualmente, o grupo de investigação do Professor Vicente estuda as potencialidades das algas na síntese de biocombustíveis, mais concretamente do biodiesel e do bioetanol.

No nosso encontro com o Doutor António Vicente, ele começou por nos mostrar o laboratório onde trabalha assim como o meio de cultura das algas que é utilizado. Em primeiro lugar, explicou-nos quais as variáveis fundamentais que influenciam o crescimento das algas, sendo elas: a quantidade e a concentração de CO2 no meio, o arejamento do meio, a luz a que as algas estão expostas e os nutrientes que se encontram no meio de cultura. Actualmente, todos esses parâmetros já estão controlados e os investigadores já conhecem as quantidades ideias para que o crescimento das algas seja o mais eficiente possível.

Culturas de Algas

Culturas de Algas

Seguidamente, o Doutor Vicente, referiu e explicou cada uma das fases essenciais para a produção dos biocombustíveis a partir destes microrganismos. Todo este processo se inicia com a preparação e monitorização do meio de cultura de acordo com os factores que referi anteriormente. Posteriormente, há a necessidade de estudar a forma do reactor tendo em conta a luz que as algas do centro do recipiente irão receber. Nesta fase, existem duas opções primordiais, podendo a escolha ser: um reactor de secção quadrada ou de secção circular.

Após o crescimento das algas há a necessidade de as quantificar, processo que pode ser feito pela contagem no microscópio (sendo este o método mais eficaz visto que apenas há a contagem de células vivas), por peso seco e por espectofotometria, cujos métodos acabam por se tornar não tão eficazes, visto que cada célula apenas desvia um só feixe de luz e as mais interiores acabam por não ser quantificadas.

Depois desta fase, testa-se a qualidade dos óleos/amidos presentes nas algas. No laboratório onde o Doutor Vicente investiga utilizam a alga Chlorella vulgaris. Este microrganismo, consoante o seu meio de cultura, tem a capacidade de produzir óleos ou amidos o que se transformarão na síntese de biodiesel/bioetanol. Por fim, para a síntese de biocombustível utilizam-se os mesmos procedimentos que utilizamos com o óleo vegetal ou com o amido de milho.

No decorrer da visita o Professor Vicente cedeu-nos um protocolo para que consigamos produzir bioetanol na escola, de uma forma acessível, tendo em conta as condições laboratoriais da mesma.

Depois de o grupo ter colocado algumas dúvidas sobre o processo de análise espectofotométrica do biodiesel, o Doutor Vicente cedeu-nos um protocolo que será bastante útil no decorrer do projecto.

Esta conversa foi bastante importante, visto que contactamos com outras formas de síntese de biocombustíveis, assim como com outras matérias-primas usadas para o mesmo fim e tivemos acesso a uma nova realidade laboratorial, pois conhecemos novos equipamentos e técnicas.


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